quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Poema 23 - Cinzas negras do céu

Chuva de cinzas negras do céu
Caem sobre os corpos úmidos
Num mar de horror e espanto
Num dia solitário e frio
Cinzas negras do céu
Caem violentamente sobre o chão frio
Mudam de direção conforme o vento
Queimam a vida num piscar de olhos
Cinzas de desgraça, ruminantes
Cinzas do que sobrou de alguém
Que de alguém por ninguém, era ninguém
Numa fria tarde de inverno
Cinzas negras do céu
Sobre os túmulos de pessoas perdidas
Sobre pessoas vazias
Despencam trazidas pelo vento
Numa chuva grossa de lágrimas
Num poço sem fundo
Recoberto até a sua boca
Por restos do que sobrou de alguém
Que nada mais são, do que
Cinzas negras do céu

Ass: Marcel Villalobo

Um comentário:

Kaio disse...

Gótico.
Não faz meu estilo, mas acho que reflete o teu momento.
Não te zoarei por respeito!=p