Das profundezas do oceano
Brotam as águas limpidas
Onde nasce a vida
Onde se consome a derradeira morte
Donde há de vir o gélido ar
Onde o crepusculo solar
Nos deixa para trás
A luz do luar
Em teus olhos vedes o verde vale
Frondosa flor que nos admira
Vedes tal grandiosa cor
E sintas a suave brisa
Grandiosa perdição
Que ilumina o teu colo
Fruto de tua ruína
Paraiso de sua redenção
E olharas as estrelas vivas
Pois elas te dirão algo
Lhe guiará no mundo dos sonhos
E lhe mostrará o fruto proibido
Que de tão subestimado
Foi feito bandido
E nos seus olhos vive o universo
E na tua boca, o mel da terra
Gentil maré que nos trás
A distante pernumbra da solidão
Tristeza d'alma, corpo perdido
Encontra na floresta a salvação
E ama a natureza como amou
Aquela que lhe deixou
E olharás o passaro livre
E serás livre também
E o voar da borboleta
Nos trará de volta a felicidade
E fará do pão, vinho
E virá de distânte terra
A bruma sobre nós
Lançando ares metafóricos
Trazendo a sombria proporção
Generosa simetria
E farás de teu epitáfio
A narrativa de todo sua solidão
E em sua epopéia
Transcreverás tua vertigem
E farás de ti mesmo
Uma sombra impudica
E tornarás a saber
Que o belo também é cruel
Então sinta minha presença em ti
Relutante e acolhedora
Criando de forma metaforíca
Conduzindo o lenho ao forno
Faça de sua obra perfeita
Símbolo de tua ousadia
E verás ao fim de tudo
O quanto eu quero te amar
Ass: Marcel Villalobo
Notas: O título é uma clara referência ao fato de meu poema misturar tendências romancistas e arcadistas. Não, eu não estou tentando me apegar um estilo, mas esse tema é que deturpa a minha mente. Solidão, paixão, apego com a natureza, acho que é a descrição de meu momento atual. Mas não esperem apenas poemas bonitos, seguindo tal forma, pois quando eu estiver revoltado com algo, esperem por um poema ácido e crítico, talvez até impudico.
Um comentário:
"Em teus olhos vedes o verde vale"
Hum...
Creio que sei daonde você tirou isso...=D
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