terça-feira, 27 de maio de 2008

Poema nº3: Eqüilibrio Insano

Robustos campos alegres
Caem sobre a madrugada, cortejando
Santa insanidade, pura loucura
Sã consciência vã
Que seja a loucura, reflexo
Da perturbadora realidade
Seja suas nuances, perfeita simetria
Sua protuberância exala
Odor perfumoso, enxofre cristalizado
Espalhando tédio em suas veias

Seja tua alma, reflexo de tua juventude
A sua jovialidade presente em teu semblante
Seja tua magnitude, espelho para tua ignorância
E espere que sua sanidade, comprometida
Espalhe em seus ramos, purificada conclusão
E seja a metáfora divina, teu pudor
E desviará tem pensamento a outro rumo
E queira desvirtuar a tua mente
Para a estrada da perdição

Atenue-se, vã criatura
Pelos rebeldes campos da loucura
Sublimada manipulação
Subestimada mentalidade!
Porca e suja, malditos sejam
Os sãos, que se deixam levar
Pela primeira onda que surge
E que sabem que tudo aquilo é ruim
E gratificados sejam os loucos
Elogiados e aclamados
Num paradoxo digno de Rotterdam

E criem em torno de si
Um vácuo perfeito
E emerjam desse mundinho limitado
De sombras e calamidades
Acordem para a ventura da vida
Iluminada perfeição
Apreciais as belezas da natureza
E aprendeis a serem dignos
De compaixão

Ass: Marcel Villalobo

Notas:
Como dito anteriormente, meus poemas não seguiriam sempre uma tendência romancista/bucólica. Na verdade este ainda envolve um certo bucolismo, é verdade, mas há de se concordar que ele apresenta uma certa aspereza. Pelo menos é o meu julgamento, pois estou num estado de espírito mais crítico. Ademais, sobre os versos: "Elogiados e aclamados/Num paradoxo digno de Rotterdam", faço clara referência à obra "Elogio da Loucura", de Erasmo de Rotterdam. Tal poema inclusive teve bastante inspiração e foi embasado nas teorias renascentistas e humanistas de Erasmo. É isso.

Nenhum comentário: