quinta-feira, 31 de julho de 2008

Poema nº17: Ciclo Eterno

Fantástica profusão dos céus
Trazem a chuva dos novos tempos
E refazem a confusão na minha cabeça
Em períodos de doçura e de amargura
Pode me tocar?
Pode me sentir real?

A brisa leve da manhã
Abrem as páginas amarelas
De um livro em branco
Em que nunca foram escritas
Nem memórias, nem ficção
É o simples diário de uma pessoa vazia
De alma e de espírito
E solitária, mesmo em companhia
Por sempre buscar a felicidade
E teimar não encontrá-la

Numa garrafa de vinho tinto
Tento encontrar a cura da mágoa
E na névoa cinzenta
Tento puxar o ar, e ele não vem
E o Sol teima em não mudar o dia
E os dias sempre que passam, tornam-se iguais
E os anos repetem-se num ciclo vicioso

E na fúria dos pensamentos
Criei fantasmas, enterrei
E desenterrei passados
Próximos e distantes
E tudo que um dia tornou-se passado
Hoje é o meu presente
E pode ser o meu futuro

Ass: Marcel Villalobo

Notas:
Simplesmente eu, na forma mais pura, nesses meus últimos dois anos. Dispensa comentários adicionais.

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